Foto: CHARQUINHO - Dezembro 2005
Os rios
Nasce uma fonte
Rumorejante
Na encosta de um monte,
E, mal que do seio
Da terra brotou,
Logo o seu veio
Transparente e diligente
Buscou e achou
Mais baixo lugar...
.............
Ao brotar da dura frágua,
É uma lágrima...
Mas esse humilde fiozinho
Que um destino bom impele,
Encontra pelo caminho
Um outro que é como ele ...
Reunem-se, fundem-se os dois,
Prosseguem de companhia,
E fica dupla depois
A força que os leva e guia ...
Juntam-se aos dois um terceiro,
Outros confluindo vão,
O regato é já ribeiro,
E o ribeiro é rio então ...
E nada agora o domina
Ao fiozinho da fonte,
Entre colina e colina
Ou entre um monte e outro monte.
Caminha sem descansar
Circula através do mundo ...
Até à beira do mar
Omnipotente e profundo ...
(Augusto Gil)
2 comentários:
O rio é sempre um rio (o Rio é outra coisa!)...beijo...
Não percebi! O poema chama-se "Os rios"
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