O Plalácio da Ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino de amor, busco anelante
O palácio encantado da ventura !
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura ...
E eis que subito o avisto, fulgurante,
Na sua pompa e aérea formusura !
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais !
Abrem-se as portas d’ouro, com fragor ...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais !
( Antero de Quental)
Foto: CHARQUINHO - Maio 2006
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