26 agosto, 2007

64 - O Galo

Foto: Shark inho – Janeiro 2006

Có-Có-Ró-Có-Có

Já vem rompendo a aurora
Festiva, criadora ...
No céu uma estrelinha
Inda se vê reluzir
À luz que se adivinha.

É hora de acordar,
E de principiar
O homem seu labor;
Hora bendita e santa
De que depende tanta
Honra, ventura, amor.

E então o galo altivo,
Alegre e sempre tão vivo,
Olhando céu e terra
Atento e vigilante,
Levanta a voz vibrante
Como um clarim de guerra,

E ou em coro, ou só
Canta:
Có-Có-Ró-Có-Có
.................................

Meio-dia. O Sol intenso
Requeima o plaino imenso ...
Sob o calor do Verão
O homem sua trabalhos
E pesam mais os malhos
Na debulha do grão.


Co’a força do calor,
Sentem certo topor
As almas fatigadas ...
Na torre da igreja
Que lá ao longe alveja
Dão doze badaladas ...

E o galo, em coro, ou só
Canta:
Có-Có-Ró-Có-Có
................................
O Sol vai pôr-se agora ...
À mata acolhedora
Recolhem passarinhos;
E em busca do curral
Já rabanho e zagal
Vão seguindo os caminhos.

Nessa hora de harmonias
Em que as Ave-Marias
Soam nos campanários,
A tarde cai amena;
Surgem estrelas na arena
Do céu, quais lampanários ...


E o galo, em coro, ou só
Canta :
Có-Có-Ró-Có-Có
..................................
Na aldeia tudo dorme;
E sob o céu informe
Dessa noite avança,
Em torno do casa,
O silêncio geral
É grato a quem descansa.

Nesse momento grave
Só o pio de alguma ave
quebra a monotonia ...
É meis-noite agora;
Soa na torre a hora
Vai entrar novo dia ...

E então o galo altivo,
Alegre e sempre vivo,
Olhando o céu e terra
Atento e vigilante,
Levanta a voz vibrante,
Como um clerim de guerra,
E em coro, ou só,
Canta:
Có-Có-Ró-Có-Có

(autor desconhecido 1952)