Alentejo
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Pátria que à força escolhi !
Quando cheguei, quiz-te mal,
Alentejo-ai-solidão...
Julguei eu que te quiz mal.
Chegava do vendaval
Tão cego que nem te vi !
Alentejo, ai solidão,
Solidão, ai Alentejo,
Adro da melancolia!
Tua tristeza me pesa,
Alentejo-ai-solidão...
Quanto, às vezes, me não pesa!
Mas fora de essa tristeza,
Pesa-me toda a alegria.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Meu Norte-Sul-Este-Oeste
Voltei ferido da guerra!
Alentejo,-ai-solidão...
Faminto voltei da guerra!
Mendiguei de terra em terra,
Esmola, só tu ma deste.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Oceano de ondas de oiro!
Tinha um tesoiro perdido
Alentejo-ai-solidão...
Que eu já dera por perdido!
Nos teus ermos escondido
Vim achar o meu Tesoiro.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Convento do céu aberto !
Nos teus claustros me fiz monge,
Alentejo-ai-solidão...
Em ti por ti me fiz monge.
Perdeu-se-me a terra ao longe,
Chegou-se-me o céu mais perto.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Padre-nosso de infelizes!
Vim coberto de cadeias,
Alentejo-ai-solidão...
Coberto de vis cadeias !
Mas estas com que me enleias,
Deram-me asas e raizes.
(José Régio)
Foto: CHARQUINHO - Novembro 2007
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Pátria que à força escolhi !
Quando cheguei, quiz-te mal,
Alentejo-ai-solidão...
Julguei eu que te quiz mal.
Chegava do vendaval
Tão cego que nem te vi !
Alentejo, ai solidão,
Solidão, ai Alentejo,
Adro da melancolia!
Tua tristeza me pesa,
Alentejo-ai-solidão...
Quanto, às vezes, me não pesa!
Mas fora de essa tristeza,
Pesa-me toda a alegria.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Meu Norte-Sul-Este-Oeste
Voltei ferido da guerra!
Alentejo,-ai-solidão...
Faminto voltei da guerra!
Mendiguei de terra em terra,
Esmola, só tu ma deste.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Oceano de ondas de oiro!
Tinha um tesoiro perdido
Alentejo-ai-solidão...
Que eu já dera por perdido!
Nos teus ermos escondido
Vim achar o meu Tesoiro.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Convento do céu aberto !
Nos teus claustros me fiz monge,
Alentejo-ai-solidão...
Em ti por ti me fiz monge.
Perdeu-se-me a terra ao longe,
Chegou-se-me o céu mais perto.
Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Padre-nosso de infelizes!
Vim coberto de cadeias,
Alentejo-ai-solidão...
Coberto de vis cadeias !
Mas estas com que me enleias,
Deram-me asas e raizes.
(José Régio)
Foto: CHARQUINHO - Novembro 2007
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