Foto: Shark inho – Junho 2007
A minha profissão
Fui calceteiro, aliás
Muitos anos trabalhei
Muitas léguas caminhei
Andando só para trás
Mas hoje, não sou capaz
De tal arte trabalhar
Não me posso corcovar
E andar como o caranguejo
Nesse trabalho desejo
Que eu sabia executar.
No tempo em que trabalhava
Portanto, a fazer clçada,
Era uma coisa engraçada,
Que amíude eu escutava,
Quando alguém comparava
O alceteiro ao Doutor
Dando-vos igual valor,
Se a memória não me escapa
De que é a terra que tapa
Nossos erros de maior.
Que digam que o calceteiro
Tapa os sus erros com terra
Isso ainda se tolera,
Tem muito de verdadeiro.
Eu porém, sou o primeiro
A repor esta verdade
Não pode haver igualdade
Entre o Doutor e aquele
Que ao Doutor, os erros dele
São doutra profundidade.
(João Augusto Mendes)
3 comentários:
Olha, olha, a autora! :-)
Não viste bem. O autor é o poeta popular João Augusto Mendes que exerceu a profiss�o de "Calceteiro". Fui buscar este poema a uma colect�nia de poetas populares que me ofereceram h� mais de 15 anos.
Estou a falar da boneca em cima, à direita... :-)))))
Enviar um comentário