Fadistas da Velha Guarda
Em tempos que já lá vão,
O fadista era gingão,
alcunhado de rufia ...
De calça estreita e samarra,
Chapéu largo e uma guitarra
Era alguém na Mouraria
Gostava de ir ao Charquinho,
Aonde havia bom vinho
E fresca sardinha assada ...
Outros mais para lá iam
E todos se divertiam
Em fados à desgarrada
Ia ao Ferro d’Engomar,
Muitas vezes petiscar,
Ou mesmo ao Senhor Roubado ...
E sempre de farra em farra,
Entre mãos uma guitarra,
O corrido era seu fado.
Agora tudo mudou,
A Mouraria passou
Para a tela dos artistas ...
No seu lugar uma praça,
Por onde o fado não passa,
Nem já lá param fadistas.
Agora não há gingões,
Quem canta, canta canções,
Direito, bem aprumado ...
E a alcunha do fadista,
Passou a ser a de artista
Que ao swing, chama fado.
Um apelo, agora, faço
Vai com ele o meu abraço
Para o fado que cobiço:
Que os novos que o palco tem,
Passem a cantar, também,
O nosso fado castiço.
(Luciano Marques)
4 comentários:
Shark, achei piada e dedico-o a ti, este poema que julgo foi já musicado em jeito de fado mas que invoca o teu Bairro.
Estou estarrecido, amiga.
Que pinta, teres encontrado esta referência. :)
Muy grato, guapa!
Para os amigos, TUDO.
Um abraço
Olà de Italia. Muito bom o poema.. Ou è um fado? Se sim quem canta?
Xau
Roberto Peresio
peresio@hotmail.com
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