
Evadir-me, esquecer-me
Evadir-me, esquecer-me, regressar
À frescura das coisas vegetais,
Ao verde flutuante dos pinhais
Percorridos de seivas virginais
E ao grande vento límpido do mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Desencanto
É triste o meu cantoO Corvo
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,Manhã
Venho das nuvens
E trouxe no meu peito a madrugada
Fonte de sonho na manhã deserta,
Com estrelas pairando sobre o mar.
Acordo neste dia transparente,
Que se dilui nas praias do além,
Onde a brisa dormiu o onde nasce
O crepúsculo vivo entre as marés …
César Teixeira