
Foto: Shark
Há festa na Mouraria
Há festa na Mouraria
É dia da procissão
Da Senhora da Saúde.
Até a Rosa Maria,
Da Rua do Capelão,
Parece que tem virtude.
Naquele bairro fadista,
Calaram-se as guitarradas.
Não se canta nesse dia;
Velha tradição bairrista:
Vibram no ar badaladas
Há festa na Mouraria
Colchas ricas nas janelas,
Naquele bairro fadista,
Calaram-se as guitarradas.
Não se canta nesse dia;
Velha tradição bairrista:
Vibram no ar badaladas
Há festa na Mouraria
Colchas ricas nas janelas,
Pétalas soltas no chão,
Almas crentes, povo rude.
Anda a fé pelas vielas,
É dia da procissão
Da Senhora da Saúde.
Após um curto rumor,
Após um curto rumor,
Profundo silêncio pesa, 
Por sobre o Largo da Guia. 
Passa a Virgem no andor, 
Tudo se ajoelha e reza, 
Até a Rosa Maria.
Como que petrificada,
Como que petrificada,
Em fervorosa oração,
É tal a sua atitude, 
Que a rosa já desfolhada, 
Da Rua do Capelão, 
Parece que tem virtude.
Gabriel de Oliveira 
Sem comentários:
Enviar um comentário