24 julho, 2008

197 - Rosas macias como malvas

Foto: Shark

Rosas

Rosas cujo perfume, em noites enluaradas,
é um sortilégio etéreo a transpor as rechãs;

rosas que á noite sois risonhas, flóreas fadas,
de cútis de veludo e tenras carnes sãs.

Sejais da côr do luar ou côr das alvoradas,
rosas, sois no perfume e na alegria irmãs,
e todas pareceis, á luz desabotoadas,
a concretização dos risos das Manhãs!

Ó rosas de carmim! Ó rosas roseas e alvas!
há nesse vosso odôr toda a maciez das malvas,
a púbere maciez do pêssego em sazão.

Daí que eu possa gozar, ao vosso colo rente,
esse perfume, a um tempo excitante e emoliente,
numa dúbia, sensual e suave sensação!
Gilka da Costa de Melo Machado
(Rio de Janeiro 1893 - 1980).

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