25 maio, 2008

177 - Teia de aranha

Foto: Shark

O AMOR

O amor, fio d'aranha quebradiço,
Um sopro o quebra e ninguém mais o reata.
Mas ai de nós! Rompeu-se e nem por isso
A dor que ele nos deixa se desata...

Num braço de corpos naufragados
Que os nossos prantos num só pranto unia,
Quedámos sucumbidos e prostrados
Até que já no céu luzia o dia

...Um dia pálido e deliquiscente

E a chuva caía,
Mais triste, mais fria,
Monotonamente ...

(Augusto Gil)

3 comentários:

João Videira Santos disse...

Lembrar Augusto Gil...uma excelente ideia. Parabéns!

Susete Evaristo disse...

Obrigada mas o mérito não é meu.
Eu só junto as belas imagens do meu amigo às palavras dos grandes poetas que conheço.
De tempos a tempos volto a Augusto Gil. Como ele mesmo definiu no antelóquio de "Sombra de Fumo" (o livro de onde copiei estes e outros poemas) são uma sequência de trechos para um quarteto de cordas,contendo um preludio, um adágio e um intermezzo. É de facto um livro belissimo.

shark disse...

Bem aproveitado, o boneco.
Tens mesmo jeito para emparelhar a cena, amiga.
:-)