Seguro livro meu, da qui te parte,
Que com huma causa justa me consolo,
De verte oferecer ho inculto colo,
Ao cutello mordás, em toda a parte.
E esta he, que da qui mando examinarte,
Por hum Senhór, que de hum ao outro polo,
Sò nelle tem mostrado ho douto Apollo
Ter competencia igual có duro Marte.
Ali acharás defensa verdadeira
Com força de razoens, ou de Osadia,
Que huma virtude a outra não derrogua.
Mas na sua fronte há Palma, e há Oliveira,
Te dirão que elle só, de igual valia
Fez co sanguineo arnez, ha branca Togua.
Que com huma causa justa me consolo,
De verte oferecer ho inculto colo,
Ao cutello mordás, em toda a parte.
E esta he, que da qui mando examinarte,
Por hum Senhór, que de hum ao outro polo,
Sò nelle tem mostrado ho douto Apollo
Ter competencia igual có duro Marte.
Ali acharás defensa verdadeira
Com força de razoens, ou de Osadia,
Que huma virtude a outra não derrogua.
Mas na sua fronte há Palma, e há Oliveira,
Te dirão que elle só, de igual valia
Fez co sanguineo arnez, ha branca Togua.
Garcia de Orta
O autor falando do seu livro
(português arcaico)
Foto: Charquinho
3 comentários:
Que prazer pode ouvir do Brasil o português falado com tal sonoridade. Obrigado, do admirador, Domingos.
digo, "poder"
Ainda bem que gostou.
Na recolha para junção das imagens com as palavras, recolho também muitas das palavras dos poetas brasileiros de que muito gosto.
Obrigada pelo visita
um abraço
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