Tempo dividido
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Eis aquela que parou em frente
Das altas noites puras e suspensas
Eis aquela que soube na paisagem
Adivinhar a unidade prometida:
Coração atento ao rosto das imagens
Face erguida
Vontade transparente
Inteira onde os outros se dividem
Das altas noites puras e suspensas
Eis aquela que soube na paisagem
Adivinhar a unidade prometida:
Coração atento ao rosto das imagens
Face erguida
Vontade transparente
Inteira onde os outros se dividem
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Vive com a memória exacta
De todos os desastres
Aos deuses não perdões os naufrágios
Nem a divisão cruel dos teus membros
No dia puro procura um rosto puro
Um rosto voluntário que apesar
Do tempo dos suplícios e dos nojos
Enfrente a imagem límpida do mar.
Vive com a memória exacta
De todos os desastres
Aos deuses não perdões os naufrágios
Nem a divisão cruel dos teus membros
No dia puro procura um rosto puro
Um rosto voluntário que apesar
Do tempo dos suplícios e dos nojos
Enfrente a imagem límpida do mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
2 comentários:
Que associação feliz.
:)
É assim a linguagem da poesia.
Feliz nas imagens, feliz nas palavras.
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