12 agosto, 2009

309 - Dia 12 de Agosto - 2 anos de Imagens e poemas

Foto: Shark

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Um a um,
apagaram-se os candeeiros
que iluminam a minha estrada...
um a um...
não ficou nada...
tudo escuro como breu...
tudo da cor apagada
daquilo que nunca foi...
E eu?...
Como vou continuar?...
Tacteando como um cego
ainda a aprender a andar,
como jovem marinheiro
que nunca esteve no mar?...
Onde está minha bengala,
minha ajuda, meu bordão?...
ah!... se alguém me desse a mão!...
Mas não!...
A maior parte da gente
que vai aqui a meu lado,
não consegue, se bem tente,
ajudar um só bocado...
E, um a um,
apagaram-se os candeeiros
que iluminam a minha estrada.....
só resta continuar...
É mais ou menos tropeço...
Para quem tropeçou tanto,
não faz mal mais uma queda...
Já nem dá para ter pranto
que adoce uma vida azeda...
só resta continuar...
Fazendo desta fraqueza
em que mergulho, por vezes,
a penumbra duma noite
que jamais terá aurora...
E, mesmo que não se afoite
a coragem que já tive,
prosseguindo a caminhada,
mesmo com lingua de fora......
sozinho, sim!......
cego, também!......
levando-me a mim
para além do além...
E, se um dia, por azar,
uma luz, um raio só,
por mim vier a chamar,
mesmo que seja por dó,
erguerei minhas espaldas,
limpar-me-ei da poeira,
ajeitarei os remendos
e, de mãos na algibeira,
gritarei, sereno, altivo:
“Prefiro a escuridão!...
Com ela vivo!...
Contigo, luz, não!”....
(magpinto)