AO NOVO DIA
Rebenta dos abismos às montanhas
o sangue que incendeia a madrugada
E um novo dia irrompe das entranhas
da terra finalmente fecundada
Foices malhos enxadas e gadanhas
e punhos semeando-se em rajada
contra lobos ocultos entre as brenhas
alevantam pendões de tudo-ou-nada
Acorda o novo dia. E desta vez
o sol nasce nas mãos do camponês
e põe-se na tigela do operário
Multiplicado o pão por quem o fez
não mais há-de ser hóstia que o burguês
consagre dando a fome por salário
Fernando Pinto Ribeiro
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