Foto: Shark
Pregões de Lisboa
Manhã cedo. O sol dourado
A tudo vai dando cor:
Há já vida na cidade
Já nela se ouve rumor
Vendedores ambulantes
Começam a aparecer
Vamos lá ver, ó fregueses
O que trazem p’ra vender
Oito horas. À nossa porta
Passa agora a tia Chica
Com sua voz compassada
Apregoa: «Fava rica»
Lá vem também a peixeira
Com seu trajo pitoresco,
Dizendo: «Oh! Viva da Costa»
Ou então «Carapau fresco»
E agora, de toda a parte
Se ouve gente que apregoa,
Gritando: «Quem quer laranja,
Quem compra laranja boa?...
«Merca o cabaz de morangos…»
«Século. Noticias. Voz…»
Oh! Boa amora da horta…»
«Quem quer ameijoas p’ra arroz?»
«Erre, erre, mexilhão…»
«Oh! Pescadinha marmota…»
«Compra o raminho de flores…»
«Oh! Figos de capa rota…»
E com a lata no braço
Fresquinha qual fresco arroio,
Passa linda vendedeira,
Cantando: Oh! Queijo saloio…»
E tudo lá vão deixando,
P’la cidade, os vendedores.
Mas, para ganhar a vida
Que canseiras, que suores!
“Pregões de Lisboa”, autor anónimo in Livro de leitura da 3ª classe 1950/51
4 comentários:
Meu nome é Leandro.(não mais o anonimo)Obrigado pela publicação.
Minha mãe, estudou nesse livro numa aldeia de Bragança chamada Parâmio. Essa e outras lições ela carrega na mente até hoje com 78 anos e não cança de declama-las para os filhos.... Lindas. Obrigado por resgatar essas preciosidades. Vc é grande !!!
Obrigado pela publicação. Mais um grande poema que marcou a infancia de muitos portugueses das aldeias afastadas de Portugal. Minha mãe com 78 anos não esquece e vive declamando aos filhos.Parabéns por manter vivo esses belos momentos !
leandro
obrigada Leandro pelo teu comentário foi uma inspiração para o meu trabalho e ficou exselente.Muitíssima obrigada,espero que veja o meu comentário.
obrigada Leandro pelo teu comentário foi uma inspiração para o meu trabalho e ficou exselente.Muitíssima obrigada,espero que veja o meu comentário.
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