Rosas
Rosas cujo perfume, em noites enluaradas,
é um sortilégio etéreo a transpor as rechãs;
rosas que á noite sois risonhas, flóreas fadas,
de cútis de veludo e tenras carnes sãs.
Sejais da côr do luar ou côr das alvoradas,
rosas, sois no perfume e na alegria irmãs,
e todas pareceis, á luz desabotoadas,
a concretização dos risos das Manhãs!
Ó rosas de carmim! Ó rosas roseas e alvas!
há nesse vosso odôr toda a maciez das malvas,
a púbere maciez do pêssego em sazão.
Daí que eu possa gozar, ao vosso colo rente,
esse perfume, a um tempo excitante e emoliente,
numa dúbia, sensual e suave sensação!
Gilka da Costa de Melo Machado
(Rio de Janeiro 1893 - 1980).
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