O AMOR
O amor, fio d'aranha quebradiço,
Um sopro o quebra e ninguém mais o reata.
Mas ai de nós! Rompeu-se e nem por isso
A dor que ele nos deixa se desata...
Num braço de corpos naufragados
Que os nossos prantos num só pranto unia,
Quedámos sucumbidos e prostrados
Até que já no céu luzia o dia
...Um dia pálido e deliquiscente
E a chuva caía,
Mais triste, mais fria,
Monotonamente ...
(Augusto Gil)
3 comentários:
Lembrar Augusto Gil...uma excelente ideia. Parabéns!
Obrigada mas o mérito não é meu.
Eu só junto as belas imagens do meu amigo às palavras dos grandes poetas que conheço.
De tempos a tempos volto a Augusto Gil. Como ele mesmo definiu no antelóquio de "Sombra de Fumo" (o livro de onde copiei estes e outros poemas) são uma sequência de trechos para um quarteto de cordas,contendo um preludio, um adágio e um intermezzo. É de facto um livro belissimo.
Bem aproveitado, o boneco.
Tens mesmo jeito para emparelhar a cena, amiga.
:-)
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